domingo, 11 de março de 2018

Amor entre cachorro e dono é o mesmo que entre mãe e filho, segundo pesquisa japonesa

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     Você tem um animal de estimação? Já olhou profundamente nos olhinhos dele e sentiu-se derretido? Teve a impressão de que era o olhar mais lindo e puro que já viu nesse mundo? Teve a sensação de estar com um filho? Pois é. Eu já tive. Sempre amei animais. Constantemente percebo uma cumplicidade especial no olhar dos meus bichinhos. Os olhos comunicam mais do que se pudessem verbalizar, tenho certeza. Assim fortalecemos o amor e a confiança mutuamente, e agora não é só mais uma impressão duvidosa.
      Foi realizado um estudo pela Universidade Japonesa Azabu. Lá, os cientistas colocaram os cachorros e seus donos em um quarto para avaliar a interação durante trinta minutos. Em seguida, mediram os níveis de ocitocina na urina dos cães e na dos donos. Concluíram que o contato visual constante entre ambos elevava os níveis do hormônio ocitocina nos cérebros de ambos. 
     Esse hormônio é popularmente conhecido como sendo o do amor, pois está ligado à sensação de prazer e ao bem-estar físico e emocional. Ele está relacionado ao vínculo entre mãe e bebê, principalmente durante o trabalho de parto, quando tem o ápice de produção no organismo da mulher. A liberação dele é aumentada sempre que situações íntimas e gostosas acontecem entre mães e filhos, como abraçar, beijar e acariciar o bebê. Tal hormônio também é produzido pelo homem, mas em menor quantidade.
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      Num segundo momento da pesquisa japonesa, os pesquisadores passaram a ocitocina diretamente no focinho de alguns cachorros. Após, os colocaram em um quarto com seus donos e alguns desconhecidos. Os animais olharam mais tempo para seus donos. Após meia hora, os donos também estavam com os níveis de ocitocina elevados em virtude disso.
      Há um vínculo amoroso muito forte entre humanos e seus animais. Não é exagerado dizer que eles tornam-se membros de nossas famílias. Esse vínculo é tão forte que até o processo hormonal ativado entre homens e cachorros é muito semelhante ao construído quando mãe e filhos olham-se amorosamente. A ocitocina ajuda na formação das condutas paternal e maternal, sendo também reconhecido como contribuição importante em outros vínculos sociais fortes e em relações de confiança. 
     Como sou atrevida, arrisco a dizer que talvez isso também ocorra entre gatos e humanos. Espero que estudem os gatinhos em breve, pois quem é gateiro sabe o quanto olhar aqueles olhinhos deixa a nossa alma mais pacífica e nosso coração mais amoroso. Na foto abaixo, eu e meu Galeguinho. Esse anjinho virou estrelinha. Foi-se no dia 01-02-2017 e ensinou-me muito sobre amor, doçura e lealdade - apesar de sua curta passagem por esse plano. Teve câncer e sofreu. Fiz tratamento, dei medicamentos, conforto e muito carinho, mas não adiantou.

       Na hora final, ao optar com muito sofrimento pela eutanásia , fiz questão de ficar abraçadinha e fazendo carinho nele, para que até o último momento ele sentisse que eu estava ao seu lado. Fiz isso porque era um filho que estava ali. Ninguém tira isso da minha cabeça!
A imagem pode conter: Denise Araujo, sorrindo


Amigos usam ternos com cores do arco-íris e fazem surpresa no casamento de amigo gay


O post a seguir está reproduzinho conteúdo intelectual contido no link: http://razoesparaacreditar.com/amor/ternos-arco-iris-padrinhos-casamento/

Quem tem amigos, tem tudo na vida. Nos Estados Unidos, um grupo de amigos fizeram uma surpresa maravilhosa para um casal de amigos que casou. Eles são amigos desde os anos 1990, quando ainda estavam no colégio, já passaram por muitas coisas juntos e sempre tiveram a tradição de usar roupas iguais, mas dessa vez um arco-íris tomou conta do casório.
Foi o primeiro casamento gay que a grande maioria dos 8 amigos já tinham ido (todo são héteros e casados), então eles decidiram que precisavam fazer alguma coisa especial para os amigos, Ted e John. Se as madrinhas costumam usar vestidos de cores diferentes nos casamentos, por que não os padrinhos?
A ideia era que cada um fosse com um terno de uma cor diferente, retratando as cores do arco-íris, em alusão à bandeira LGBT. Fazer segredo não foi fácil, pois cada vez que surgia alguma conversa sobre as roupas do casamento no grupo do whatsapp, eles tinham que inventar alguma desculpa. Eles, inclusive, não contaram às suas esposas, a ideia era fazer surpresa para absolutamente todo mundo.
O resultado é que os noivos ficaram super felizes com a surpresa e a mãe de John, Lucille, no final da recepção fez questão de abraçar e beijar um por um dos padrinhos e dizer que ficou muito feliz com a demonstração de amizade e afeto.
O casal já estava junto há mais de 10 anos e quando decidiram se casar, queriam algo simples, porém marcante, ao lado dos melhores amigos e da família, mas nunca imaginariam que seria muito mais especial do que eles sonharam. O casal afirma que ficou impressionado com toda a preparação dos amigos e a vontade de surpreendê-los com um dia especial: Somos muito abençoados por ter um grupo incrível de amigos, caras que sempre do nosso lado e as mulheres que os apoiam”.
casamento gay amigo arco-íris

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Conhecendo a Chair Dance

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Em 06-03-2018, na Athletic Escola de Pole Dance do RN

Fonte: https://www.facebook.com/athleticescoladepoledancern/videos/568306006881863/

23 das mais magníficas sensações de nossa existência. Confira se já as sentiu!

O presente texto é uma obra intelectual do site www.contioutra.com. Para acessar o texto em sua fonte original, acesse o seguinte link: http://www.contioutra.com/23-das-mais-magnificas-sensacoes-de-nossa-existencia-confira-se-ja-sentiu/

As pessoas vivem e sentem suas experiências de forma particular e única. Entretanto, existem algumas sensações que pensamos ser praticamente uma unanimidade entre as mais agradáveis e/ou necessárias.
É claro que a maneira como as coisas acontecem é diferente em outras culturas, mas pensando aqui, nesse nosso mundinho mais próximo, penso que a descrição oferecida pela jornalista Elizabeth Costae escrita por motivo da proximidade de seu aniversário, vai ao encontro de muito o que nós todos pensamos.
Das 26 sensações listadas pela autora reproduzimos, abaixo, as 23 que consideramos mais marcantes. Obrigada Elisabeth por tornar esse material lindo algo público!
1. A sensação de viajar para um lugar novo.
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Poucas coisas são mais emocionantes que explorar territórios desconhecidos, seja em outro país ou na sua própria cidade. A ciência confirma: pesquisas mostram que as pessoas são mais felizes quando gastam dinheiro com experiências do que com bens materiais.
2. A sensação de rir até a barriga doer.
É o melhor tipo de barato. O riso é realmente o melhor remédio. Estudos sugerem que ele pode melhorar seu sistema imunológico, reduzir a pressão arterial e, sim, aumentar seus níveis de felicidade.
3. A sensação ao ouvir “eu te amo”.
Não importa se quem disse foi seu par, seus pais ou seu melhor amigo: o amor é uma experiência que une biologicamente mente e corpo. É a sensação realmente universal.
4. A sensação de fazer uma gentileza aleatória.
Colocar um sorriso no rosto de alguém pode ter impacto sobre o seu nível de felicidade. Sem falar que você também está fazendo o mundo um lugar melhor.
5. A sensação de receber uma gentileza.
Mantenha o ciclo.
6. A sensação de falar o que realmente pensa.
Pesquisa sugerem que pensar demais pode não só gerar mais estresse mas também atrapalhar a execução de tarefas simples. Você tem todo o direito de expressar seus pensamentos e opiniões. Afirme-os claramente e com convicção.

7. A sensação quando alguém te entende.
O resultado é que você se torna uma pessoa muito melhor: um estudo de 2011 mostrou que estar junto do seu melhor amigo ajuda a reduzir o estresse.
8. A sensação de se apreciar a si mesmo.
Pesquisas mostram que a autoaceitação é a chave para uma vida mais feliz, mas o hábito que as pessoas menos cultivam.
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9. A sensação de um coração partido.
É impossível passar a vida inteira tendo apenas sensações agradáveis. Ela também é feita de fases difíceis, incluindo a dor do coração. Mas são nestes momentos que mais aprendemos sobre nós mesmos.
10. A sensação de relaxamento total.
A estafa é real, e a melhor maneira de combatê-la é separar um tempo para apenas ser.
Relaxar não é bom somente para a sua saúde física e mental, é simplesmente uma delícia.
11. A sensação de acordar depois de uma ótima noite de sono.
Dormir é para os fortes. Acordar descansado te ajuda a enfrentar o dia com entusiasmo (sem falar que faz bem para a saúde. Ninguém acorda exausto dizendo: “Me sinto espetacular!”
12. A sensação de curtir intensamente o momento.
Aquele show incrível. Uma conversa com um amigo. Brincar com seus filhos no playground. Permitir-se viver no aqui e agora. Estar presente tem muito poder.
 13. A sensação de transformar um lugar novo em um lar.
Pesquisadores há muito estudam a saudade de casa. Segundo eles, trata-se de uma forma de ansiedade. Como relata a CNN, o fenômeno se explica “pela nossa necessidade instintiva de amor, proteção e segurança – sensações normalmente associadas ao lar”.
Portanto, quando você de adaptar a um novo ambiente, aquela ânsia pelo que é família se dissipa porque sua nova casa é o que é familiar – e isso é uma forma excepcional de crescimento.
14. A sensação de fracasso.
A vida não é escrita a lápis. Você não vive se cometer erros que não podem ser corrigidos. O que importa é como você muda depois deles. Isso constrói o caráter e te ajuda a ter sucesso.
15. A sensação depois de uma sessão de exercícios.
Não tente brigar com a ciência: as endorfinas são reais. Você fica mais feliz depois de se exercitar.
16. A sensação da raiva.
Conter a raiva não é necessariamente bom para seu bem-estar.
Às vezes é um alerta. Isso não significa que você tenha de dar porrada em quem te contrariou, mas talvez seja um sinal para reavaliar as circunstâncias (e a pessoa) que te fizeram sentir-se assim.
17. A sensação de fazer uma nova amizade.
Essa ligação não está só na sua cabeça. Estudos mostram que conexões sociais ativam o centro de recompensas do cérebro.
18. A sensação do sucesso.
Não importa se ele é grande ou pequeno, você merece se sentir realizado. Um truque para atingir seus objetivos: coloque-os no papel. Pesquisas mostram que isso te ajuda a manter-se no caminho certo.
19. A sensação de aceitação.
Ser aceito é uma sensação muito importante. Isso não vale só para os outros, mas também para você (veja o item sobre a auto aceitação). Você é o seu maior fã.
20. A sensação de conseguir o emprego dos sonhos.
Os funcionários ficam mais felizes quando se envolvem com o trabalho. Você passa muitas horas por dia trabalhando e merece sentir-se satisfeito com seu emprego.
21. A sensação de validação.
Não deixe que os outros confirmem que você realmente é. Suas opiniões são válidas. Seu trabalho é válido. E, sim, seus sentimentos são válidos.
22. A sensação de estar sozinho.
Não confunda com solidão. Ficar sozinho faz bem. Passar um tempo na própria companhia é saudável para seu bem-estar mental. Você é incrível. Por que não ficar um tempo consigo mesmo?
23. A sensação da felicidade plena.
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Porque, acima de tudo, você merece sentir felicidade.
Ah, e tenho a certeza que muitas pessoas dirão nos comentários uma outra, que a CONTI acrescenta a lista: TER UM FILHO.

Sabedoria de Cora Coralina

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“Eu sou aquela mulher a quem o tempo muito ensinou. Ensinou a amar a vida e não desistir da luta, recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e ser otimista”.                                     Cora Coralina

Não confunda sinceridade com grosseria e falta de educação

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     É recorrente encontrarmos em todos os lugares e círculos pessoas que dizem-se assertivas, sinceras, positivas, verdadeiras. São verborrágicas, têm um discurso de palmatória do mundo, quase sempre estão certas enquanto todos à volta estão equivocados, são exemplos de moralidade e de comportamento, e  - não raro-  são impacientes e falam alto. Conversar com elas costuma ser angustiante, pois dá a impressão de que elas estão sempre brigando e desatentas com o que verdadeiramente acontece ao redor. Em alguns casos extremos, estão sempre a brigar e hostilizar mesmo.

     Bem, algumas delas não são nada disso. Nada de verdadeiras demais, sincericidas, assertivas ou prenunciadoras da verdade. São só mal educadas ou grosseiras mesmo.

     Em caso de identificação, o caminho não é a revolta, mas o autoconhecimento e a autocrítica. Se puder buscar a evolução e o equilíbrio, o mundo agradece!

Pai estuda língua de sinais e interpreta uma música para sua filha no dia do casamento dela

Na página Libras Avante, do Facebook, há o vídeo emocionante de um pai que estudou a língua americana de sinais durante um ano para interpretar uma música para sua filha no dia de seu casamento 

Confira no link: https://www.facebook.com/eliane.souzadasilva.589/videos/1627978227239380/?t=12

Música: I Loved Her First - Heartland


Alguns laços humanos não dão samba

                                                          Por Denise Araujo
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Na ficção: Na novela "Amor à Vida", Félix sofre por causa de sua relação com o pai César,  que sempre desprezou o filho e não aceita sua orientação sexual.

 Não são os laços de sangue, os acordos matrimoniais ou quaisquer outras convenções sociais e relacionais que aproximam as pessoas, mas os laços de afinidade. Uma verdade dura? Talvez, mas sinto que é assim na prática. Quando criança, ressentia do fato de parte da família residir longe e quase nunca manter contato, mas hoje entendo que é assim mesmo. Compreendo inclusive a reciprocidade da ausência, pois eles e eu não nos procurávamos. As pessoas mantêm contato com os familiares que querem, de que mais gostam, e não com todos da família.
          Quem tenta forçar relacionamentos entre pessoas simplesmente por serem familiares ou consortes de um mesmo grupo social o faz porque não sacou que está forçando a barra. Nas escolas, nos clubes, nas igrejas ou onde quer que seja é do mesmo jeito, há sempre os grupos formados. Há quem diga que existe até a possibilidade de gostar mais de um filho do que de outro, a depender da forma como esse filho comporta-se na vida ou da maneira com que cuida dos pais. Imagina então o que não acontece entre estranhos.
       Essas aproximações e esses distanciamentos muitas vezes são involuntários. Por que permanecemos amigos daquela pessoa cinco anos depois dos demais do grupo terem se distanciado? Por que temos a impressão de que gostamos mais de certos amigos do que de nosso irmão? Por que temos aversão aquele parente que é tão próximo, como um tio ou um primo, por exemplo? Por que amamos aquele que racionalmente não queríamos amar?
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          Os sentimentos são naturais, humanos. Emoções brotam do coração, vêm do íntimo. A amizade é algo que existe quase organicamente, pois – tal qual o amor – acontece quando duas pessoas encontram-se e decidem partilhar da mesma estrada, cuidando para o fortalecimento mútuo. O amor, então, nem se fala. Figurinha mítica que no início é poesia e tormenta. Haja ciência comportamental para explicar a afinidade e o apego atroz que sentimos por alguém, mesmo sem nenhum motivo aparente. Sentimentos não se explicam totalmente e nem sempre comunicam-se . Posso morrer de dar atenção a alguém e receber desprezo em troca. Reciprocidade nem sempre é algo motivado.
          Compreender essa realidade tão simples leva-nos a sofrer algumas escalas a menos. Diminuímos os julgamentos e não achamos mais que muitos ao nosso redor são frios. Deixamos de achar que algumas pessoas deveriam naturalmente ser mais próximas, quando na verdade não é uma regra absoluta (aliás, nada é). Pessoas não são encaixáveis. Seus sentimentos, muito menos. Cada um apega-se com o que quer. Isso é próprio da complexidade humana. Somos diferentes. Alguns são de Marte, outros de Vênus. Alguns são apegados a padrões, outros são anárquicos. Alguns são metódicos até nos pensamentos, outros vão com a brisa. Alguns perdem a paz por dez reais, outros sentem muito prazer em poder partilhar o pouco que possuem. Não dá para pensar que é possível conjugar todos esses tipos humanos e suas peculiaridades por consanguinidade ou qualquer outro “dever ser”. Esses laços humanos não dançam. Não dão samba.
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Quer falar sobre beleza interior com uma criança? Comece por aqui

A beleza mais bonita 
                    Por Denise Araujo

A cigarra foi ao jardim,
lá viu uma cena engraçada,
a história de um beija-flor
que não tinha namorada.
Não tinha porque era apenas
um beija-flor pouco formoso,
desses que, quando voam,
ninguém vai dizer, que charmoso!
Ninguém olhava para ele,
Era um beija-flor sozinho,
Toda beleza sua era o bico
Todos fugiam do seu ninho
A cigarra ficou tão triste
com aquela história de desamor,
que gritando pra ele disse:
– Case com alguém, por favor!
Ela ficou com tanto incômodo
Que procurou o beija-flor
descobriu que ele era virtuoso
mas que a solidão o trazia dor
Ela pensou – como pode isso?
No mundo só aparência importa?
E o coração puro das pessoas?
Não vale em nenhuma hora?
E quanto mais eles conversavam
Mais ela se admirava do beija-flor
como ele era simples e generoso
como tratava a todos com amor
A cigarra não queria se conformar
como ele ainda vivia sozinho
e sem perceber estava apaixonada
doida para nele fazer um carinho
Nisso percebeu a lógica do mundo
de como somos tão enganosos
só olhamos para o lado de fora
não importa se somos bondosos
Como podemos ser superficiais
com o essencial não nos importar
julgamos com frágeis valores
para o interior não aceitamos olhar
Beleza exterior é questão de sorte
Não podemos nela interferir
mas beleza interior é questão de caráter
de escolher como ser e agir
Cuidar da mente e do espírito
é tão sério quanto se embelezar
Não nasça belo, se faça belo
preserve o que melhor em ti há
O beija-flor mais bonito ficou
depois que a cigarra o conheceu
ficou charmoso, alegre e astuto
até ele mesmo se envaideceu
Por isso a cigarra amou o beija-flor
descobriu qual é a beleza mais bonita
a beleza que não só alegra os olhos
mas aquela que deixa mais doce a vida
Os dois viveram um romance sem fim
cigarra e beija-flor passaram a namorar
podiam atravessar o colorido das flores
podiam sobrevoar no azul do mar
A cigarra ficou ainda mais feliz
com o amor do virtuoso beija-flor
E hoje pra ele canta alegremente:
– Case comigo, por favor!
( Obs.: Livremente inspirado no poema “ A lua foi ao cinema”, de Paulo Leminski)

Mulher independente, esse ser insondável

                 


        Em certa ocasião, estava apresentando um trabalho em um evento científico da faculdade, quando um rapaz do curso aproximou-se para ouvir a exposição. Ele observou tudo com interesse e disse-me, com certa intimidade de colega de turma: “Acho você uma mulher maravilhosa”. Ora, mulher… Era uma menina. Entrei na universidade quase adolescente ainda. Fiquei toda sorrisos e sem um pingo de graça. Agradeci rápido e logo retomei a explicação, como que tentando desviar do assunto. Era absurdamente tímida. Ele então insistiu: “Acho que teria receio de namorar contigo: você é muito independente, mas acho que vale a pena tentar, porque você é meiga”. Àquela altura tive que desenterrar-me para prosseguir com o trabalho. Na faculdade aprendi como os rapazes são insistentes e vão à luta quando querem alguém de fato.

     Algumas são casadas e têm filhos, não gostam de sair sozinhas ou de postar fotos desacompanhadas da família na capa do Facebook. Eu mesma passei muitos anos com uma foto familiar assim no perfil, mas não me importo de ir ao cinema ou de viajar sozinha. Faço com constância. É fundamental gostar da própria companhia e sempre fui assim. Já morei de todas as formas possíveis. Trabalho. Estudo. Faço o que dá na minha telha e não agride os outros. Sou independente? Sim, sei que sim. Mas sinto que há limiares, não julgo nada fora do razoável. A independência não tem teias tão intangíveis, e a minha não me parece suficiente para amedrontar ninguém. E se houver de afugentar algum homem mais inseguro ou imaturo, que bom! Penso que seja uma espécie de seleção natural muito oportuna.

         Durante séculos, a mulher foi sustentada pelo marido ou pelo pai, e devia a eles total obediência. A quem não colocou atenção sobre a História, é importante saber que houve épocas em que não lhe era permitido estudar (em muitos casos, sequer ler), e isso consequentemente levava a uma má reputação social. A mulher era considerada incompetente e incapaz. Foi há poucas décadas que tal realidade passou a mudar, pois a partir dos anos 1960 a mulher passou a adquirir mais liberdade, a paulatinamente libertar-se de submissões. Isso levou a sociedade a prodigalizar novos valores.
                Hoje, algumas contradições e incompreensões nublam um caminho que, a meu ver, deveria ser de mais clareza. Imagino que essa “mulher independente”, segundo alguns, pareça ser mais distante de uma mulher digna do amor, que seja uma pessoa fria, autossuficiente, que dispensa os afetos, que despreza os relacionamentos, que não tem fragilidades, que não se contradiz, que não clama por ajuda, que não chora de decepção, que não se magoa, que não é romântica, que não sente o coração acelerar e as pernas tremerem quando está com o menino por quem se encantou, que não se apaixona avassaladoramente, que não morre de amores com um simples beijo, que não valoriza um cheirinho no cangote. Que… Que… Calma, baby! Quanto pré-julgamento. Não é assim que a banda toca. Existe quem não seja tão sentimental? Existe sim. Existem solitárias convictas? Existem sim. Aliás, existem mulheres e homens assim. Não há chipe de gênero para isso. Tem para todos os gostos quando estivermos falando de humanidade. Por favor, nunca podemos perder de vista que somos complexos. O humano não cabe em caixinhas deterministas.
          Lembro que desde muito novinha – criança ou pré-adolescente mesmo – tinha sonhos de independência, e isso pra mim significava ter um cantinho só meu, com privacidade, longe da presença dos pais. Pode parecer precoce e de fato o é, mas a falta de privacidade e de conforto que se costuma ter em casebres faz a gente sentir auspícios de uma vida livre e independente. O fato é que só consegui cumprir a sina já adulta. Aos vinte e quatro anos precisei me mudar para uma cidade no interior do meu Estado, por necessidade de trabalho.
          Foi aí que novas camadas de uma Denise apareceram e revelaram-se novidade. Num contexto de total precariedade, mudei-me para essa cidade e fui parar pela primeira vez em uma casa só pra mim. O sonho de morar só finalmente estava se realizando, entretanto as condições não estavam favoráveis: não consegui locar um imóvel mobiliado, e como não podia pagar uma pensão ou mobiliar a casa, o jeito foi alugar uma casa sem nada. Além disso, os vizinhos logo informaram-me que parte da minha vizinhança era bastante complicada e perigosa.“ Tinha até criminosos”, advertiram. Bem, sugeriram que eu fosse morar com uma moça que residia com sua filha, uma criança de cinco anos, em troca de ajudar nas despesas da casa e do aluguel. Nada mais justo. Aceitei e assim fizemos durante um ano. Durante esse tempo residi assim nessa cidade, convivendo em um ambiente familiar. Não era bicho solto como julgava, vejam só. O fato é que eu estava errada sobre mim. Desenvolvo apego por pessoas, não sou desprendida como pensava.

           Experiências como essa mudam radicalmente a cabeça. Novos padrões se formam. Daí por diante passei a aceitar minha natureza totalmente dependente (ou social?) e relacional. Há uma necessidade real, sem a qual não há felicidade possível. Preciso me relacionar com pessoas. Então se morar sozinha significar independência, fico comprometida. Mesmo que more só e goste disso (realmente gosto de momentos sozinha), busco sempre o refúgio da família. E não se trata do conforto de depender da alimentação ou do pagamento de contas pelos pais, pois no meu caso é o contrário, já que sou responsável pelo aporte financeiro maior da família. É uma dependência quase holística: humana, amorosa e até fisiológica, eu diria.
             Embora saiba que precisamos de equilíbrio, que é importante abrir mão de tutelas exageradas e tardias e a se colocar na vida com autonomia, não é salutar perder a sensibilidade, a afetividade e os largos sonhos, como o de viver um grande amor, por exemplo. E não há nada de corrida por príncipe ou pela princesa aqui, embora as idealizações insistam em acompanhar-nos.
        Ser independente é uma delícia, meus caros. A independência é nada mais do que uma veracidade do ser, um poder interno de gerir as coisas, de determinar escolhas, de fazer o que quer, de estar com quem se quer, de ser o que se quer. Ela não é sinônimo de rigidez ou de gosto pelo isolamento. É triste se percebemos que essa representação tão errada do que seja uma mulher independente (sim, somos múltiplas mulheres independentes) amealhe uma parte da sociedade que escolhe conscientemente a via do preconceito, e não aceita que nós voemos. Ficam, então, as perguntas: A quem interessa que não voemos? Por que mulheres sem muito conhecimento e muita oportunidade sofrem ainda mais essa opressão? Ameaçamos alguém? Há vantagens em ser um ser submisso e com a aparência frágil?
          Se algumas de nós mulheres são frágeis, que sejamos com autenticidade e verdade, que isso não seja – nem de longe – a sombra da nossa essência. Afinal, bibelôs são lindos de doer, mas quebram com uma facilidade inacreditável. É bom que sejamos assim ou que tentemos juntos ser mais potentes? Que tenhamos empatia para nos fortalecer no encontro com o outro?
          O amor é por natureza gregário. Não há perigo de ninguém tirar nada de ninguém, se amor houver. E não se enganem, nada nos tira a capacidade de amar. “Eu te amo”, “Eu preciso de você” e “Eu me envolvi profundamente com você” talvez sejam frases que os homens quase não estejam ouvindo de nós, mulheres. Certas verbalizações fazem falta em nossas vidas, embora demoremos a saber disso ou a admitir. Mas lá no fundo, no mais profundo recôndito dos nossos sentimentos, amor e carinho fazem falta. Enquanto for a verdade do meu coração, não vou me incomodar de falar essas frases quando necessário. Resta controlar orgulhos e vaidades de ambos os lados para o amor florescer e a independência feminina ser uma realidade estimuladora, um sinal da evolução social dos nossos tempos, e não uma ameaça.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Charles Chaplin reflete sobre os ciclos da vida







Há um pequeno texto do Charles Chaplin que reflete sobre uma gênese bem particular, a de começar a vida pela velhice, e seguir rejuvenescendo até que terminemos tudo na concepção, ou no ápice, se preferirem. Transcrevo:


“A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o  verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar  novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando….E  termina tudo com um ótimo orgasmo!!! Não seria perfeito?”


Carlitos era ou não incrível? 

domingo, 4 de fevereiro de 2018

Sobre envelhecer em uma sociedade superficial

Sobre valorizar os caminhos da estrada

Por Denise Araujo

Envelhecer para alguns é uma dádiva. Para outros, é uma estação non grata. Acho que não vivi o suficiente para uma profunda reflexão sobre a finitude. Chega a soar irônico, pois apesar de não ter experiência suficiente para falar sobre envelhecimento, é justo o que farei, embora saiba que não cabe a ninguém um ilusório encerramento da questão. Não tenho aqui a pretensão de comunicar nenhuma primavera, mas certamente trarei o olhar mais consentâneo para mim, que, aliás, é um olhar que sempre destoou de nosso meio social. Paciência. O senso comum é implacável com a velhice. Apesar disso, fico a indagar quanto tempo a gente passa na vida preocupado com a passagem do tempo. E isso é necessário, vejam bem, o perigo está na intensidade e na forma. Levamos uma vida inteira sem saber lidar com a velhice? Sem aceitá-la e saber que é parte inevitável da vida? Esmerando-se para retardar seus efeitos no corpo e na mente?

                                            

Até aqui, sem crises existenciais. Já pensei sinceramente que envelhecimento poderia não ser uma coisa natural e sequer acharíamos mal. Talvez vivêssemos melhor se fôssemos eternos; talvez não. Mas basta. Não dá pra viver a vida elucubrando e queixando-se. Estou degustando com prazer e sem dramas o passar do tempo. Pessoalmente, sinto que psicologicamente a velhice abaterá um pouco diferente, de forma mais natural, mais resignada. Sempre considerei envelhecer uma bênção, ato contínuo de viver. E é bom viver. Quem não suporta a ideia de envelhecer como algo natural deveria ao menos pensar que resta-lhe uma alternativa: morrer. Desculpem ser tão taxativa, mas é ou não é verdade? Interrompemos a vida e assim não envelhecemos. Pronto. Eu dispenso a precipitação. Quero aproveitar cada centelha de vida.
                                                       

A pedra fundamental, a parte dura disso não é apenas a nossa própria finitude, mas a dos que amamos. É indescritível amar alguém com todas as forças e em dado momento não tê-lo mais aqui. Aí sim o coração amiúda. E como! Vemos muitas pessoas envelhecendo ao nosso redor, presenciamos a perda da saúde delas e até acostumamo-nos a vê-las partir dali a algum tempo. Tudo muda quando vemos nossos pais, avós e tios envelhecerem, pois é como se não déssemos conta de que eles irremediavelmente também perderão o ânimo, a memória, a vitalidade. Eternos imaturos que somos, temos a tendência de achar que eles não mudarão e serão iguais, que apesar dos anos eles não viverão em situação de fragilidade a ponto de precisarem de nossa ajuda. Não é só de experiências que precisamos, mas de fortaleza para lidar com isso. E paciência, e benignidade...
Contanto como tudo que existe, não há só céu ou inferno em envelhecer. Há nuances em tudo. Diversidades, singularidades e a fina mágica da mente humana, que direciona a vida para o alavanque ou o soterro. Sempre fui positiva nesse aspecto. Admiro desde sempre as pessoas mais velhas. Adoro conversar e relacionar-me com idosos. E, para o choque da grande massa, vejo beleza na velhice. Sim, porque na beleza física, além de caber o relativo, cabem as particularidades de cada fase da vida. O tempo corre seus anos, mas algumas pessoas parecem não notar. A minha avó materna, por exemplo, ao que parece envelheceu sem perceber, tal era a sua energia vital – apesar das doenças. Era uma avó-menina, linda como uma azaleia. No caixão ela estava tão bonita e queda que mais parecia dormir. E sonhar. Segurei algumas flores de lírio no caminho do sepultamento e coloquei-as sobre o sepulcro. Da cena e do cheiro eu não esqueço. Será por coincidência que hoje meu perfume predileto tem aroma de lírios? Vai saber.
O passar dos anos pode não trazer apenas rugas, mas altivez.  Da infância à terceira idade, cada momento reserva traços do belo e do singelo. As perguntas são: Você gosta da veracidade? Está pronto para ver isso? Ou ainda : Quer ver isso? É preciso criar novos paradigmas e olhar com mais carinho para esse segundo tempo da vida. Assim como para brincar com uma criança é preciso sonhar, para aceitar a finitude é preciso dilatar-se, apaziguar o coração. A cronista gaúcha Martha Medeiros tratou essa fase pós-cinquenta de segunda juventude, e até disse que nela é possível realizar novas aventuras.
                                                          

É isso ou ser rebanho, caros amigos, supervalorizando a juventude em uma sociedade que valoriza todo tipo de fugacidade. Em uma sociedade plastificada os valores são frívolos, as relações líquidas ( para aprofundar-se , cabe ler o sociólogo e filósofo polonês Zigmunt Bauman). Supervaloriza-se a juventude permanente e pretere-se a velhice como valoroso espaço de existir. Ora, sejamos mais sensíveis ao humano. Mudemos esses paradigmas e assumamos novos padrões. A eterna juventude é utopia. Mas jovialidade é outra coisa. Se o sujeito tem energia, saúde, esperança e disposição para a partilha, provavelmente escutará que parece um jovem, independente do quanto já viveu. Fome de viver é uma característica legada aos jovens, mas ela pode estar em qualquer um de nós, se pararmos para raciocinar bem.
Há poucos dias, um fato engraçado. Pela primeira vez alguém tratou da minha idade como peso. Em uma loja, a vendedora soltou no meio de uma explicação: “ a senhora já está com quase quarenta anos”. Nenhum drama. Confesso que fiquei me segurando para não rir na hora. Não perguntem por quê, embora ache que seja uma daquelas pessoas bobas para rir. Se alguém trata com pesar os meus trinta e poucos anos, imagina como não enxerga quem tem cinquenta ou sessenta anos? Eu, que tenho a felicidade singela do bem-te-vi, uma vida boa e bastante ocupada, sequer parei para pensar nisso até agora. Tenho praticamente a mesma forma física da adolescência, mantenho hobbies desde muito cedo, sou razoavelmente saudável (afinal, ninguém é zero quilômetro), preservo algumas purezas, e apesar de ter vivido algumas experiências duras contrárias a essa fé no melhor, decidi ser crédula, ter esperança. Espero continuar assim.

                    

Dificilmente algo é totalmente ruim e desprezível. Aos que são de amadurecer ( nem todos parecem dados a isso), a maturidade que vem com o tempo é muito boa. Seria perfeito se pudéssemos nascer maduros. Assim diminuiríamos a importância das coisas que já não tinham importância, mas não sabíamos. O filme “ O curioso caso de Benjamin Button”, do diretor americano David Fincher, mostrou com graça na ficção como seria isso. Na Nova Orleans do início do século XX, nasce Benjamin Button de forma curiosa e incomum. Apesar de ser um bebê, tem a aparência e as doenças de um idoso avançado. Ele segue um caminho inverso ao de todos nós, pois ao invés de envelhecer com o passar do tempo, Button rejuvenesce. Delicadezas transbordam o filme, mas nenhuma poesia supera o encontro com o seu amor Daisy, uma criança que Button conheceu quando menino e por quem se apaixona. Ele aguarda que Daisy cresça para tornar-se uma mulher, enquanto ele rejuvenesce para tornar-se um jovem adulto e assim os dois envolverem-se amorosamente.
O fato é que quanto mais vividos, damos mais importância para as coisas que não sabíamos, mas temos que dar. A maturidade ajuda a equalizar a vida. Não tem crise. A alma não envelhece. O pensamento não envelhece. O belo não envelhece. O amor não envelhece! Achar ruim envelhecer significa achar ruim a fatura de viver. Significa só valorizar parte da estrada (a chegada) e esquecer do caminho percorrido. Sentir assim significaria não gostar dos banhos de água doce que tomei, dos sonhos que realizei, dos chocolates que comi, dos beijos que dei, das histórias que li, dos choros de alegria ou dos amigos que docemente somaram-se na minha jornada. Tá tudo ali, na minha fatura. E perdoem-me, mas não acho nada disso ruim. Pago essa conta com gosto.

Amor entre cachorro e dono é o mesmo que entre mãe e filho, segundo pesquisa japonesa

            Você tem um animal de estimação? Já olhou profundamente nos olhinhos dele e sentiu-se derretido? Teve a impressão de que er...