sexta-feira, 7 de abril de 2017

Sobre homens de meia-idade

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Homens de Total Idade       



 (Obs.: Texto escrito em 14-08-2008 e recuperado da internet. Publicado no www.substantivoplural.com.br)

     
        O poeta Paulo Benz ensaiou um constructo e tratou com leveza um assunto às vezes preterido, às vezez posto à tona: homens de meia-idade. Ainda que tendo um cunho marcadamente idiossincrático, achei que o texto acaba emergindo de uma boa parte do sentimento mais geral. 


       Todavia, mesmo com todos os esclarecimentos de Benz, a pergunta ecoa: Homens de meia-idade? Creio que não. Pressinto que o mais correto seria homens de “total-idade”, e não pela pretensa “totalidade”, mas justamente pela fusão do ser que abarca experiência e a espera de um devir se não profuso, mas substancial, porque curto. 



       Olha, mesmo sabendo que serei muito subjetiva, expresso aqui um apanhadozinho do que pensam minhas amigas, algumas moçoilas de vinte e poucos anos e que passam mal ao ver os tais homens de meia... Rs. Homens mais jovens dificilmente - não contem com a fresca e rósea aparência - têm algum substancial atrativo que tome a mulher não apenas em seus extintos, mas em seus entendimentos. O máximo que conseguem é evidenciar um físico mais salutar, harmonioso, desejável. São meros mancebos. Os homens mais velhos, ao contrário, atraem não pelo que aparentam ou realmente são, mas pelo prolongamento disso, pela abstração, pela esperança de maturidade e sensibilidade que a pele rugada, o olhar seguro e os fios brancos guardam. Esperamos mais de quem tem mais idade. A lógica é essa. Simples assim. Quem está nessa faixa etária não se ufane muito, pois muito do que nós mulheres amamos em vocês, pode ser mera fantasia, não nego.



Outro motivo é que parece haver uma maturidade precoce e natural das mulheres, o que nos leva a procurar alguém equivalente, que no caso do homem corresponderia sempre a um mais velho. Perceber certas garotas ensaiarem ofícios de mulher (seja no trabalho, nas relações inter-sociais, nos namoros, nas decisões importantes) em plena adolescência, não parece feito difícil. No outro sexo, isso é mais rarefeito. 



Certa feita, uma amiga psicóloga (da linha psicanalítica) mencionou-me sobre uma teoria defendida por Freud, a de que a mulher sempre procura no seu parceiro características físicas, psicológicas e comportamentais do pai. De pronto eu questionei. Acho que discordei também. Levantei o caso de meninas que não têm uma boa relação com os pais, que os consideram verdadeiros antiexemplos. Ela contra-argumentou dizendo que estas procuram no companheiro aquilo que o pai não foi, ou seja, continuam procurando pelo pai, mesmo às avessas.



       Feita a digressão, volto ao texto de Paulo Benz no ponto em que ele comenta uma campanha televisiva encenada por Chico Anysio. Não recordo de tal momento e não sei de seu teor, mas pelas dicas que deu sobre a temática, relacionei instantaneamente a um pequeno texto do Charles Chaplin, que reflete sobre essa gênese bem particular, a de começar da velhice. Transcrevo:



“A coisa mais injusta sobre a vida é a maneira como ela termina. Eu acho que o  verdadeiro ciclo da vida está todo de trás pra frente. Nós deveríamos morrer primeiro, nos livrar logo disso. Daí viver num asilo, até ser chutado pra fora de lá por estar muito novo. Ganhar um relógio de ouro e ir trabalhar. Então você trabalha 40 anos até ficar  novo o bastante pra poder aproveitar sua aposentadoria. Aí você curte tudo, bebe bastante álcool, faz festas e se prepara pra faculdade. Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando….E  termina tudo com um ótimo orgasmo!!! Não seria perfeito?”



       Pode até ser que o tal texto global tenha a autoria de Chico Anysio, mas tenho enorme prazer e contentamento em brindar e encerrar minha opinião com um texto de Charles Chaplin, que também foi um grande pensador e poeta.

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