domingo, 11 de março de 2018

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A beleza mais bonita 
                    Por Denise Araujo

A cigarra foi ao jardim,
lá viu uma cena engraçada,
a história de um beija-flor
que não tinha namorada.
Não tinha porque era apenas
um beija-flor pouco formoso,
desses que, quando voam,
ninguém vai dizer, que charmoso!
Ninguém olhava para ele,
Era um beija-flor sozinho,
Toda beleza sua era o bico
Todos fugiam do seu ninho
A cigarra ficou tão triste
com aquela história de desamor,
que gritando pra ele disse:
– Case com alguém, por favor!
Ela ficou com tanto incômodo
Que procurou o beija-flor
descobriu que ele era virtuoso
mas que a solidão o trazia dor
Ela pensou – como pode isso?
No mundo só aparência importa?
E o coração puro das pessoas?
Não vale em nenhuma hora?
E quanto mais eles conversavam
Mais ela se admirava do beija-flor
como ele era simples e generoso
como tratava a todos com amor
A cigarra não queria se conformar
como ele ainda vivia sozinho
e sem perceber estava apaixonada
doida para nele fazer um carinho
Nisso percebeu a lógica do mundo
de como somos tão enganosos
só olhamos para o lado de fora
não importa se somos bondosos
Como podemos ser superficiais
com o essencial não nos importar
julgamos com frágeis valores
para o interior não aceitamos olhar
Beleza exterior é questão de sorte
Não podemos nela interferir
mas beleza interior é questão de caráter
de escolher como ser e agir
Cuidar da mente e do espírito
é tão sério quanto se embelezar
Não nasça belo, se faça belo
preserve o que melhor em ti há
O beija-flor mais bonito ficou
depois que a cigarra o conheceu
ficou charmoso, alegre e astuto
até ele mesmo se envaideceu
Por isso a cigarra amou o beija-flor
descobriu qual é a beleza mais bonita
a beleza que não só alegra os olhos
mas aquela que deixa mais doce a vida
Os dois viveram um romance sem fim
cigarra e beija-flor passaram a namorar
podiam atravessar o colorido das flores
podiam sobrevoar no azul do mar
A cigarra ficou ainda mais feliz
com o amor do virtuoso beija-flor
E hoje pra ele canta alegremente:
– Case comigo, por favor!
( Obs.: Livremente inspirado no poema “ A lua foi ao cinema”, de Paulo Leminski)

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